Presentes inspirados em orixás fazem sucesso na Bahia
Existem lembrancinhas para todos os gostos.
São ao menos 40 modelos de presentes místicos, inspirados em 18 orixás.
Nem só de fitinhas do Senhor do Bonfim vive o turismo na Bahia. Existem lembrancinhas para todos os gostos. Uma empresária baiana lança no mercado uma novidade: presentes inspirados em orixás. São sachês, patuás e travesseiros feitos com ervas aromáticas, um investimento da empresária Eliana de Oliveira.
Em Salvador, a mistura de raças, credos e cores forma uma cultura singular. A religiosidade está presente em toda parte. Na música, na dança e nos negócios.
O Mercado Modelo de Salvador recebe 2 milhões de turistas por ano. Em uma voltinha pelo local já dá pra ver como o comércio de lembranças religiosas é forte. Vamos dar uma olhada nessa loja aqui, por exemplo.
O mercado das lembranças religiosas valoriza quem inova. É o caso da empresária Eliana de Oliveira, que lançou nada menos que 40 modelos de presentes místicos, inspirados em 18 orixás – deuses africanos do candomblé e umbanda cultuados no Brasil. Travesseiros, perfumes, amuletos e enfeites integram a lista. A estratégia é conquistar todo tipo de consumidor religioso ou não.
“Eu comecei com apenas R$ 5, eu fiz três sachezinhos, fui até uma cliente, levei, prometi milhões de promessas, você sabe que comerciante tem que exagerar um pouco (...). Aí ela falou, ‘eu quero de todos, você tem de todos?’. Aí, na época eu não tinha, só tinha três, mas eu falei, ‘tenho de todos’. Aí, providenciei. Ela fez um pedido grande e foi a partir daí que entrou o capital de giro para eu poder alavancar com o ateliê”, revela Eliana.
EncomendasAs encomendas se multiplicaram. A empresária pesquisou as religiões africanas e criou outros produtos: saquinho com sal grosso e ervas para energizar, kit com sabonete e colar dos orixás, tubete com oração e mensagem. Sempre com um toque de misticismo.
Um dos produtos é uma vela mágica. “A gente colocou um produto no pavio que é um segredo. Se você acender essa vela o orixá vai se comunicar com você através da chama. Se a chama subir, formar um espiral, é porque suas mensagens estão sendo levadas para Oxalá”, explicou.
Hoje, dez pessoas trabalham na produção. A empresa compra matéria-prima, cria e monta os produtos aqui. O mais vendido é um patuá dos orixás. “Ele é feito com búzios, miçangas. Dentro dele vem com raízes, ervas e sementes africanas”, diz a empresária.
Para vender as lembranças dos orixás, Eliana escolheu um local que é parada obrigatória dos turistas, o Pelourinho, o primeiro e mais famoso bairro de Salvador, mundialmente conhecido por suas ladeiras e casarões antigos.
Na frente da loja, uma baiana faz a propaganda do negócio e o consumidor, curioso, chega perto. Os clientes entram na loja, atraídos pela decoração inspirada nos orixás: uma estátua de Iemanjá rodeada de flores e uma de Oxum, em forma de sereia com corpo de conhas e cabelo de palha de coqueiro.
“É muito bom para dar como presente. As pessoas vão se sentir bem e assim, protegidas”, diz Maria de Lurdes Cardoso, consumidora.
“É muito bom para dar como presente. As pessoas vão se sentir bem e assim, protegidas”, diz Maria de Lurdes Cardoso, consumidora.
Expansão
O negócio agrada ao consumidor e está em plena expansão. Lojistas procuram a empresária, interessados em revender as lembranças. Nesta loja, elas custam de R$ 8,50, o patuá, a R$ 20, o tubete com mensagem do orixá.
O negócio agrada ao consumidor e está em plena expansão. Lojistas procuram a empresária, interessados em revender as lembranças. Nesta loja, elas custam de R$ 8,50, o patuá, a R$ 20, o tubete com mensagem do orixá.
Hoje os presentes místicos são vendidos em seis estados brasileiros e até no exterior. No último ano, a procura cresceu 70%.
Os planos da empresária vão longe. “Nós estamos trabalhando com pioneirismo, inovação e muita criatividade. Acredito que daqui a um ano a gente triplique nossa produção, possa invadir mais outros países como Estados Unidos, França. Nós já estamos na Bélgica e, quem sabe em um futuro próximo, uma franquia do ateliê”, disse.
